Na última quinta-feira (10/12), o Presidente da ABCC, Itamar Rocha, participou do Seminário Logística no Agronegócio, no segundo dia da feira EXPOLOG, realizada no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
Dentre os temas abordados se destacaram os problemas de preços baixos ofertados pela cadeia de intermediação ao camarão marinho cultivado, o que associado a falta de licenciamento ambiental e consequentemente de financiamentos bancários, vem mascarando o expressivo (33%) crescimento setorial em 2020.
Ressaltou ainda, que embora atualmente o Estado do Ceará não esteja exportando camarão marinho cultivado, o mesmo já foi o maior exportador de camarão do Brasil, em 2003 (20.126t / US$ 80,9 milhões)!
Chamando a atenção para o fato de que em 2003, as exportações de camarão do Ceará, corresponderam a 34,7% das exportações de camarão do Equador (58.011 t), mas que em 2019, enquanto o CE não exportou sequer 1 kg de camarão, o Equador exportou 635.200 toneladas (US$ 3,6 bilhões)!
Comparativamente (ambos possuem 600 km de Costa), é como se o CE, pela falta de planejamento e apoio setorial, deixou de captar, num único ano a bagatela de US$ 1,2 bilhões!
Por isso, chamou a atenção para a necessidade da sociedade como um todo, dispensar uma atenção especial para este estratégico segmento do setor primário, tendo presente que a produção do camarão marinho cultivado, além de utilizar áreas e aguas de uso insignificantes, amplas e abundantes nos estados do CE, RN e demais Estados do Nordeste, tanto nas regiões costeiras como interioranas, emprega homens e mulheres sem exigência de qualificação, gerando reais e atrativas oportunidades de micros e pequenos negócios no meio rural.
Na verdade, contribuindo para a superação de um desafio intransponível em termos de políticas públicas, estabelecendo uma nova ordem econômica social no Semiárido nordestino, criando vida com dignidade e revertendo o nefasto êxodo rural.
Inclusive ressaltou que embora o sertão não tenha virado mar como profetizou o Beato Antônio Conselheiro, o vannamei, oriundo do Oceano Pacífico, já se estabeleceu nos rincões mais interioranos do sertão nordestino.