O presidente do Senado, Eunício Oliveira, recebeu nesta quarta-feira (5) o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCCAM), Itamar Rocha, para tratar dos riscos da liberação da importação de camarões e outros crustáceos provenientes de países classificados com alto risco doenças epidemiológicas. O produtor estava acompanhado do deputado Moses Rodrigues (PMDB-CE).
Segundo Rocha, a Organização Internacional de Epizootias (OIE), responsável pela análise e acompanhamento de questões sanitárias, observou que, com o rápido crescimento e desenvolvimento da indústria de carcinicultura, existe a proliferação de agentes patógenos que afetam não apenas os crustáceos, mas principalmente a saúde dos humanos que acabariam consumindo os alimentos contaminados.
O senador José Agripino (DEM-RN), que também participou da reunião, concordou com o presidente da associação.
— Permitir a importação de camarões sem análise sanitária ou análise de riscos é uma prática temerária — alertou.
Durante o encontro, o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que foi informado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que a pasta possui laudos sanitários que autorizam a importação de camarões de outros países.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, aconselhou a associação a buscar entidades técnicas responsáveis pela análise sanitária para confrontar os laudos existentes e, assim, poder contestar a autorização de importação de camarões possivelmente contaminados.
— Não tem sentido importarmos camarões que vão destruir a nossa fauna e atentar contra a nossa saúde — defendeu.
O senador José Pimentel (PT-CE) lembrou aos presentes que a consultoria legislativa do Senado poderia analisar o laudo técnico que embasou a decisão do Ministério da Agricultura.
Ao finalizar a reunião, Eunício garantiu que, apenas após uma análise mais profunda dos documentos, poderá enviar ao ministro Blairo Maggi qualquer pedido de explicações a respeito da autorização da importação de camarões e crustáceos de outros países.
— Para oficiar pedido de explicações do ministro, precisamos de embasamentos técnicos e econômicos — esclareceu.