Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará em parceria com o Instituto Mundial de Manguezais (ISME/Brazil), identificou o aumento de 35,1% da área de mangue nos Estados do Piauí (PI), Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB) e Pernambuco (PE), principais produtores de camarão cultivado do nordeste brasileiro. Eles tomaram como referência, mapas das áreas de manguezais disponíveis no ano de 1978, comparando com imagens obtidas até o ano de 2004 (26 anos). Os resultados que eles obtiveram foram surpreendentes, principalmente para aqueles que acusam a carcinicultura pela degradação daqueles ecossistemas; mas que, sabe-se agora, ancora-se tão somente em eventos ocorridos em outros países ou em hipóteses natimortas, e jamais numa análise técnica de amplitude abrangente fundamentada em dados colhidos no Brasil e de acordo com a metodologia científica, cujos resultados não permitem refutação.
Com esses resultados temos a confirmação que a carcinicultura não está devastando manguezal nenhum, e muito pelo contrário, ela está irrigando e ampliando esse ecossistema. Faz-se importante acrescentar que o cientista americano Adam G. Zitello (Universidade de Duke) após sua pesquisa, com duração de treze anos, sobre manguezais no Brasil (Abordagem do impacto da aquicultura do camarão no nordeste do Brasil: uma proposição de sensoriamento remoto para detectar mudanças de habitats costeiros) concluiu que, ao contrário do que ocorre em outras partes do mundo, as florestas do mangue do Nordeste do Brasil exibem uma estabilidade sem precedentes nas regiões, ou seja, estabeleceram as fazendas de camarões marinhos.
Fonte:Guimares, Iveraldo.Livro Mitos e Verdades Sobre o Cultivo de camarões Marinhos no Brasil.