Atividade pesqueira
Representantes de entidades se reuniram com ministro Eduardo Lopes para discutir ações que contribuam para fortalecimento da atividade
Representantes das principais entidades representativas da carcinicultura (criação de camarão) brasileira se reuniram, em Brasília (DF), com o ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, para discutir uma pauta de ações que contribua para o fortalecimento da atividade.
O ministro Eduardo Lopes saudou as lideranças lembrando que em todos os momentos, inclusive na interlocução com outros setores do governo federal, o MPA sempre se posicionou a favor dos produtores do setor, sejam pescadores ou aquicultores.
“Nós não tememos nem o debate e nem o embate, quando isto é necessário”, afirmou o ministro, ressaltando a importância do diálogo e da força dos argumentos técnicos dos especialistas do MPA.
Eduardo Lopes reconheceu o imenso potencial da carcinicultura nacional, inclusive porque existem grandes áreas para a expansão do cultivo e a espécie Litopenaeus vannamei, de maior interesse comercial, natural de ambiente marinho, tem apresentado indicativos de que pode ser cultivada com sucesso em águas interiores, o que gera uma perspectiva ainda mais promissora.
“A aquicultura, no Brasil com a importante contribuição da carcinicultura, será a solução para a alimentação no mundo”, afirmou o ministro. Ele recordou o interesse crescente da FAO pelo pescado, que é fonte de proteína saudável e renovável.
Recuperação
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, informou que a produção brasileira de camarão deve ser da ordem de 100 mil toneladas em 2014, comparado com 85.000 t em 2013. O setor mostra assim que superou os problemas que comprometeram a produção por uma década, como doença e protecionismo comercial. A produção de 2013 foi destinada basicamente ao mercado interno, tendo sido exportado 612 t/US$ 4,1 milhões para França e Espanha, sendo que em 2014 já ocorreram exportações para países como Vietnã e França. Atualmente os brasileiros comem, em média, 550 gramas de camarão por ano, o que ainda é muito pouco em relação às carnes vermelhas (55 kg/per capita/ano) e frango (44 kg/per capita/ano).
Segundo Itamar Rocha, os principais estados produtores são do Nordeste, merecendo destaque Ceará e Rio Grande do Norte. Existem quase 2 mil produtores no Brasil, a maioria com pequenos cultivos. Os maiores produtores mundiais de camarão são China, Vietnã, Tailândia, Indonésia, Índia e Equador. O Equador, de acordo com o presidente da ABCC, produziu 300 mil toneladas de camarão em 2013 e obteve US$ 1,67 bilhão com a exportação de 215 mil toneladas do produto.
Na avaliação de Itamar Rocha, o Brasil tem tudo para figurar entre os maiores produtores de camarão do mundo. Ele convidou, no encontro em Brasília, o ministro Eduardo Lopes a participar da Feira Nacional do Camarão( FENACAM’14), que será realizada entre 10 e 13 de novembro no Ceará.
Entre as pautas levadas ao ministério se destacaram a necessidade de revogar a autorização para a Importação da espécie P. Muelleri, por motivos sanitários; a eliminação de impostos do PIS e Confins para a atividade, que já não incide sobre o pescado importado; e o acesso mais facilitado ao crédito, considerando a realidade do setor.
Compareceram encontro, entre outras lideranças, Orígenes Monte, presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores de Camarão (ANCC); Cristiano Peixoto Maia, presidente da Associação Cearense dos Criadores de Camarão (ACCC); e Pedro Fernandes, presidente da Cooperativa dos Produtores de Camarão Marinho do Estado do Rio Grande do Norte (COOPERCAM).
Maranhão
Na reunião, um representante da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Maranhão, Engº de Pesca Pereira, destacou a importância do apoio do MPA à carcinicultura no estado. Lembrou que zoneamento costeiro realizado pelo governo estadual indicou a existência de 90 a 100 mil hectares de áreas com alto potencial para a carcinicultura, das quais 60% se encontram nos municípios de Viana, Anajatuba e São João Batista.”Existem mesmo áreas que não inundam e têm influência de águas salinas”, diz ele. Pelas suas características físicas, estas áreas poderiam ser aproveitadas sem impedimentos em relação ao código florestal.
Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura