Nove produtores de camarão do município de Tibau do Sul, distante 72 quilômetros de Natal, receberam a renovação de licenças ambientais. A ação faz parte do projeto de Maricultura do Sebrae no Rio Grande do Norte, iniciativa que atende cerca de 24 carcinicultores, com propriedades que medem até dez hectares. O Sebrae disponibiliza um técnico para auxiliar no processo de requerimento e renovação das licenças, também são realizadas análises quinzenais dos reservatórios de água próximo aos viveiros.
Para garantir concessão das licenças os produtores precisam estar cumprindo integralmente com a legislação ambiental. Não podem usar agrotóxicos, nem instalar os viveiros em áreas de preservação. De acordo com o agrônomo Sebastião Carneiro de Almeida, a cada 15 dias são realizadas análises na água dos reservatórios próximos aos viveiros. “Analisamos a salinidade, transparência, oxigenação, temperatura e o PH das águas a cada 15 dias, em cada uma das propriedades,” explica.
Para o gestor do projeto Maricultura Potiguar do Sebrae-RN, Marcelo Medeiros é importante aumentar o número de pequenos produtores atendido pelo projeto. “Nós queremos ampliar o quadro de produtores atendidos, e fortalecê-los para que possam produzir mais e enfrentar as dificuldades, como a mancha branca,” destacou. O gestor também anunciou a participação dos pequenos produtores de Tibau do Sul na Feira Nacional do Camarão – Fenacam, que acontece de 10 a 13 de Junho no Centro de Convenções de Natal.
Para o produtor Antônio José Bezerra, o trabalho de adequação para licenciamento ambiental foi imprescindível para uma melhora na qualidade da produção e para o controle da mancha branca, doença que afeta a produção de crustáceos. “ Os produtores de camarão dessa região melhoraram bastante. Estamos dentro das normas e de acordo com a legislação ambiental, apesar das dificuldades que enfrentamos por causa da mancha-branca” diz.
Sebastião Carneiro explica que a mancha branca é uma das maiores ameaças para os pequenos produtores de camarão. A doença pode infestar a produção e levar a morte vários tipos de crustáceos. De acordo com dados do Instituto de Pesca de São Paulo a mancha branca afetou consideravelmente a carcinicultura global, causando uma perda aproximada de US$ 20 a 30 bilhões desde o surgimento do vírus na China, em 1993. A doença pode ser controlada pelo uso de aditivos químicos.