Jornal de Fato
Sexta-Feira, 05 de abril de 2013
Presidente da ANCC lembra que carcinicultura é a atividade do setor primário que mais se destaca
São 30 mil empregos diretos e indiretos em uma região que encontra muita dificuldade na geração de oportunidades de trabalho e renda no meio rural. Esse é um resumo claro da importância da carcinicultura na economia do Rio Grande do Norte e do Nordeste de forma geral. Números que ganharam destaque no “Globo Natureza”, exibido no último sábado, no Jornal Nacional da Rede Globo.
O agronegócio da aquicultura é o maior negócio primário do mundo, segundo informações da Embrapa. A produção de pescado via aquicultura é duas vezes maior que a produção de soja, sete vezes maior que a da carne e nove vezes maior que a do frango. O Brasil é o maior exportador mundial de soja, o segundo maior produtor de frango e é líder absoluto na produção de carnes . Mas no segmento da aquicultura participa com apenas 0,6% da produção mundial desse setor. Números que mostram que a aquicultura brasileira, detentora de enorme potencial e excepcionais condições edafo-climáticas, precisa urgentemente, priorizar políticas públicas e definir estratégias para evoluir e possibilitar que essas invejáveis potencialidades, dulciaquícolas e marinhas, sejam transformadas em oportunidades de negócio, gerando emprego, renda, divisas e, promovendo a verdadeira inclusão social no meio rural, especialmente da Região Nordeste.
“Por outro lado, não há nenhuma outra atividade no setor primário do Brasil mais promissora que a carcinicultura, onde o Rio Grande do Norte tradicionalmente sempre ocupou a posição de líder na produção de camarão cultivado do Brasil. No entanto, recentemente perdeu essa liderança para o Ceará, que cresceu muito em produção e em número de pequenos produtores, numa prova de que a inclusão social no meio rural via carcinicultura é uma realidade na Região Nordeste. Na verdade, a participação do micro, pequeno e médio produtor, já corresponde a 94% do total de produtores de camarão cultivado do Brasil, onde a Região Nordeste contribuiu com 98% da produção em 2011”, destaca Orígenes Monte, presidente da ANCC, Associação Norte-Riograndense dos Criadores de Camarão.
A reportagem do Jornal Nacional destacou também os riscos ao meio ambiente causados pelas fazendas de camarão e a ANCC falou a respeito do problema. “Hoje existe uma regulamentação e a fiscalização é constante nas fazendas. O mangue não é afetado e o nosso setor obedece e respeita a legislação e as exigências dos órgãos ambientais competentes. O importante é que a regulamentação seja implementada de forma que possamos aliar nosso crescimento produtivo com a manutenção das características ambientais das áreas adjacentes ás explorações de cada empreendimento”, disse Orígenes Monte.
A importância da carcinicultura para o RN e a Região Nordeste, está diretamente relacionada ao fato peculiar de que o cultivo de camarão marinho é uma das poucas atividades primárias do Nordeste brasileiro que não depende das chuvas regulares para que sua exploração seja viabilizada, o que no presente momento, aumenta a sua relevância para a sua economia primária, pois garante ao trabalhador rural e ao pescador artesanal, em qualquer estação do ano, quer chova ou quer faça sol, trabalho permanente, com dignidade e, um negócio com rentabilidade e sustentabilidade.